Frase do dia

Visitem o nosso novo site: http://igrejasatanica.wix.com/isal

domingo, 4 de dezembro de 2011

Poesia Satanista - Minha Evolução

Desde criança a curiosidade
Pôs-me na trilha do conhecimento.
Quis conhecer, bem cedo, a realidade
Da vida, e com grande ansiedade
Intentei buscá-la a cada momento.

Como em qualquer começo desastrado,
Fruto da ignorância de então,
Eis que primeiramente fui tentado
Pelo caminho mais fácil e arrastado
Na senda negra da Religião.

Uma explicação bem fácil estava impressa
Em pergaminho e papel antigo.
Há no dogma, que a nossa mente engessa,
Um certo conforto e o pensamento regressa
Ao útero primordial, cálido abrigo.

Para tudo há confortável solução
Nas palavras e metáforas de outro alguém.
Para as dúvidas há claros "sim" e "não".
E encontra-se até consolação
Na ideia de outra vida em mundo além.

Mas minha mente amadureceu e, certo dia,
Percebi como era vã a minha inocência:
A ilusão da Religião era vazia!
Decepcionado, achei que então podia
Achar a verdade nos caminhos da Ciência.

Há aqui uma esturutra diferente
Que espero que entendais com clareza:
A Ciência, ao duvidar constantemente,
Nos coloca de modo inteligente
Na certeza de nunca ter certeza.

Ao contrário da tal Fé, que é constante,
A Ciência nos oferece outro perfil:
Basta uma só observação discrepante
E o que era tido por verdade, em um instante,
Fragmenta-se em pedaços mil.

Mas se é fácil o caminho da Religião
(Aqui tenho de dizer, se me permites),
A Ciência requer dedicação.
Um esforço de vontade e concentração
Que logo vi que estava além dos meus limites.

Esgotadas estas sendas,
Que até então eu percorria,
Acampei em outras tendas
Dedicando forças e rendas
A estudar Filosofia.

Aí então foi que a confusão
Instalou-se de vez em minha mente.
Cada filósofo tem sua própria opinião
Da qual os outros em tudo, então,
Pensam de modo oposto, diferente.

Com os Estóicos a me ensinar,
Acreditei que acharia a realidade
Se aprendesse a tudo suportar
E até a dor mais forte calar.
Mas, no fim, isso não era a verdade.

Do Hedonismo provei os prazeres
(Um percurso que tantos acham mesquinho)
E em orgias aplaquei meus quereres
Achando calor nos corpos das mulheres,
Entre canções, festas e muito vinho.

Idealismo, Fenomenalismo, Positivismo
E Humanismo, tudo estudei em busca da verdade.
Mas nenhuma certeza, só muito "achismo"
Encontrei eu, e então com Cinismo,
Questionei se haveria, de fato, uma realidade.

Tendo provado mil concepções,
Da Filosofia do prazer à da dor,
Vi que nessa senda só havia ilulsões.
Então tomei-me de firmes intenções
De encontrar a verdade pelo Amor.

Se os outros caminhos ofereceram desventuras,
Nenhum outro foi como este desgastante.
Saltando entre amorosas aventuras
Eu aprendi, a penas muito duras,
Que o tal Amor é uma ilusão constante.

Ao descobrir tal coisa, infelizmente,
Eu fui tomado por um Ódio profundo!
E em furor de todo incoerente
Quis destruir, de modo inconsequente,
A mim mesmo, e comigo ao mundo.

Mas não o fiz. Isolei-me, e então ocorreu
Um fenômeno totalmente diferente.
Este homem, que de tudo conheceu,
Começou a olhar para dentro do seu "eu"
E a refletir sobre si mais plenamente.

E eis que a verdade que tanto busquei
Durante o tempo em que vivia a esmo,
Estava ali, e finalmente a achei.
Quando de buscar fora de mim parei
Vi que ela estava dentro de mim mesmo!

Nathaniel Anielewsky
São Paulo, 26/11/2011

Poesia Satanista - Ateísmo

Sou ateu desde a mais tenra infância
E desde o momento em que aprendi a pensar
Não consegui mais sequer imaginar
Um deus supremo, suprema discrepância.

É só com base na total ignorância
Da Lógica, mesmo em sua forma mais elementar,
Que a humanidade por conceber ou postular
A existência de seres sem substância.

Do "todo-poderoso" o único poder
É sobre a mente de quem nele acredita.
Pois crendo em deus há quem se conforte

Contra a realidade de que ao nascer
Cada um de nós entra em jornada ininterdita
Na direção da sua própria morte.


Nathaniel Anielewsky
São Paulo, 26/11/2011

Poesia Satanista - Vida Eterna

Que faria você com a vida eterna,
Se nas tardes de domingo, quando chove,
Entedia-se completamente e então hiberna,
Fica em sua cama e sequer se move?

Que faria você com a eternidade?
Ligaria alguma eterna televisão
Para assistir para sempre, sem vontade,
Algum estúpido Programa do Faustão?

Embriagar-se-ia de eterna cerveja,
A remoer os fatos do passado?
Ou passaria temporadas em uma igreja,
Cantando e odiando quem está a seu lado?

A eternidade é boa para quem
Pouco ou nada em sua vida pensa.
Para gente que larga a vida que hoje tem
E em outra vida espera a recompensa.

Nathaniel Anielewsky
São Paulo, 27/11/2011